sexta-feira, 16 de março de 2018

O Poder de Cura do Salvador

    
    No Jardim do Éden o Senhor ordenou: "De toda árvore do jardim podes comer livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; não obstante, podes escolher segundo a tua vontade, porque te é dado; mas lembra-te de que eu o proíbo, porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás." (Moisés 3:16-17). Porque Adão e Eva comeram do fruto, foram expulsos da presença de Deus. Em outras palavras, eles experienciaram a morte espiritual e, também, se tornaram sujeitos à morte física. Esse acontecimento é chamado de Queda.
    Por causa da Queda, nos defrontamos com um conflito pessoal. Somos filhos espirituais de Deus com potencial de nos tornarmos "participantes da natureza divina" (1 Pedro 1:4). No entanto, "somos indignos diante de [Deus]; por causa da queda, nossa natureza tornou-se má continuamente;" (Éter 3:2)
Sendo assim parte do plano de Deus, estamos aqui pra aprender com nossas escolhas. Cada um de nós peca, e como Paulo diz "destituídos [estamos] da glória de Deus;" (Romanos 3:23).
    Ainda assim, encontramos consolo nos versos seguintes: "Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus; Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstração da sua justiça, pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus;" (Romanos 3:24-25)
    Séculos depois, um testemunho foi prestado sobre esse evento. O Profeta Joseph Smith disse: "Ele veio ao mundo, sim, Jesus, para ser crucificado pelo mundo e para tomar sobre si os pecados do mundo e para santificar o mundo e purificá-lo de toda iniquidade; Para que, por intermédio dele, fossem salvos todos" (Doutrina e Convênios 76:41-42).
Image result for expiação    Ao pagar por nossos pecados, o Salvador nos proporcionou um meio de voltarmos à presença de Deus. Porque Ele pagou por nossos pecados, Ele pode Se virar para nós e dizer: "Segue-me", "Guarda meus mandamentos". É um preço muito pequeno para retribuir a oferta que foi feita pra saldar a dívida de nossa alma. Ele tinha todas as razões para desistir, mas não o fez. Ele disse: "Pois eis que eu, Deus, sofri essas coisas por todos, para que não precisem sofrer caso se arrependam; Mas se não se arrependerem, terão que sofrer assim como eu sofri; Sofrimento que fez com que eu, Deus, o mais grandioso de todos, tremesse de dor e sangrasse por todos os poros; e sofresse, tanto no corpo como no espírito — e desejasse não ter de beber a amarga taça e recuar"(Doutrina e Convênios 19:16-18)
    Nossa jornada na mortalidade é uma jornada de aprendizado. Nosso Pai Celestial sabia que iríamos errar e que precisaríamos de ajuda. Ele nos deu profetas (Mosias 15:11), as escrituras (João 5:39), a oração (Doutrina e Convênios 10:5), pais, amigos, líderes e tantas coisas mais para que pudéssemos ter o suporte e orientação necessárias para escolhermos o certo. Mesmo assim, erramos, caímos e pecamos tantas vezes e de inúmeras formas que parece não haver um fim.
    O sentimento da culpa existe para que ocorra mudança. Essa culpa que sentimos quando tomamos uma decisão errada que nos levou a pecar pode parecer impossível de carregar algumas vezes. Todos nós já sentimos isso ao nos depararmos com certas situações. Pensamentos como: "não vou conseguir passar por isto" ou "não sou forte o suficiente pra vencer esse desafio" ou "é melhor me acostumar com essa culpa" são coisas que podem vir à mente quando tentamos abandonar nossos erros.
    O Senhor permite que soframos para que possamos aprender com isso. O Elder Dallin H. Oaks disse: "O pecador arrependido deve sofrer por seus pecados, mas esse sofrimento tem um propósito diferente de punição ou pagamento. Seu propósito é mudança"(The Lord's Way [1991], 223; itálico em original, tradução livre). Tal mudança é necessária para se achegar a Deus. O Rei Benjamim, em seu grande e último discurso no Livro de Mórmon, ensinou que o homem natural sempre será inimigo de Deus a menos que "ceda ao influxo do Santo Espírito"(Mosias 3:19) e mude, ou seja, se torne algo diferente do que era antes: mais humilde, mais manso, mais cheio de amor, mais paciente etc.
    O Elder Orson F. Whitney disse: "arrependimento não é aquele sofrimento superficial sentido pelo transgressor quando "pego no ato"- um sofrimento não pelo pecado, mas porque o pecado foi descoberto. Pesar não é arrependimento. Mortificação e vergonha por si só não trazem uma mudança de coração para um sentimento certo e uma vida correta. Mesmo o remorso não é tudo o que existe para o arrependimento. Em um sentimento mais elevado e uma medida mais completa, arrependimento é o equivalente a reforma; o início de um processo reformatório começa com a determinação de "não mais pecar" [Roy W. Doxey, Latter-day Prophets and the Doctrine and Covenants (Salt Lake City: Deseret Book Company, 1964). II: 257, tradução livre]
Image result for arrependimento    Para que o arrependimento seja verdadeiro, é necessário que haja confissão do erro cometido. O Senhor disse: "Desta maneira sabereis se um homem se arrepende de seus pecados — eis que ele os confessará e abandonará."(Doutrina e Convênios 58:43) "Sim, e tantas vezes quantas o meu povo se arrepender, perdoá-lo-ei de suas ofensas contra mim."(Mosias 26:30). Que conforto encontramos nas palavras do Salvador a Alma! Não importa quantas vezes tenhamos errado, "o braço [Dele] está estendido o dia todo" (2 Néfi 28:32).
    Gosto das palavras de Paulo que estão no início do capítulo 7 de 2 Corintios: "Ora, amados, sendo que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda imundície da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus." Ou seja, já que temos tantas promessas e testemunhos, por que não escolher abandonar aquilo que nos torna cativos pelo diabo? Todas as vezes que persistimos no pecado "o diabo ri e seus anjos se regozijam" (3 Néfi 9:2).
    Que possamos suplicar ao Senhor por nossas almas, assim como Néfi fez: "Desperta, minha alma! Não te deixes abater pelo pecado. Regozija-te, ó meu coração, e não dês mais lugar ao inimigo de minha alma." (2 Néfi 4:28).
    Para melhor citar alguns dos passos do arrependimento, vou enumerá-los :
  1. Reconhecer o pecado.
  2. Sentir tristeza por tê-lo praticado.
  3. Abandoná-lo.
  4. Confessá-lo.
  5. Fazer a devida compensação; Restituir.
  6. Perdoar os outros.
  7. Reconhecer O Salvador.
  8. Guardar os Mandamentos de Deus.
    Quando, finalmente, o processo de arrependimento é concluído, o pecador pode sentir o alivio e a paz provenientes da expiação de Jesus Cristo. Seu sacrifício é o que torna possível, ao pecador arrependido, receber a remissão dos pecados.
ALMA 34:
  • Porque é necessário que haja um grande e último sacrifício um sacrifício infinito e eterno. (vers.10)
  • nada pode haver, a não ser uma expiação infinita, que seja suficiente para os pecados do mundo.(vers.12)
  • e aquele grande e último sacrifício será o Filho de Deus, sim, infinito e eterno.(vers.14)
  • E assim ele trará salvação a todos os que acreditarem em seu nome, sendo a finalidade deste último sacrifício manifestar as entranhas da misericórdia, a qual sobrepuja a justiça e proporciona aos homens meios para que tenham fé para o arrependimento.(vers.15)
    Quanta fé eu preciso para que a expiação de Cristo atue em mim? O Elder Robert E. Wells respondeu a essa pergunta: "Em outras palavras, de quanta fé eu preciso para ser salvo? No livro de Alma (…) encontramos a resposta. O profeta Amuleque ensinou este princípio simples mas grandioso: ‘O Filho de Deus (…) proporciona aos homens meios para que tenham fé para o arrependimento’ (...) Então é de vital importância combinar a fé em Cristo e a fé para o arrependimento. Esse conceito é uma das ideias mais esclarecedoras quanto a importância de se ter uma fé simples e clara — fé suficiente para arrependermo-nos. Parece que não é preciso ter fé suficiente para mover montanhas, nem para falar em línguas nem para curar os enfermos; tudo o que precisamos é de fé suficiente para reconhecer que pecamos e para arrependermo-nos de nossos pecados, para sentir remorso por eles e ter o desejo de não pecar mais e de, em vez disso, agradar a Cristo, o Senhor. Então, o maior de todos os milagres, a Expiação, pela qual Cristo nos resgata do castigo merecido, age em nosso benefício". [“The Liahona Triad,” em Bruce A. Van Orden and Brent L. Top (org.), Doctrines of the Book of Mormon: The 1991 Sperry Symposium, 1992, pp. 6–7).    
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    Amuleque segue ensinando que a misericórdia vai satisfazer as exigências da justiça e estaremos seguros. Cristo irá "[envolver-nos] nos braços da segurança" (Alma 34:16). A expiação do Salvador tem poder pra apagar qualquer erro, remover qualquer mancha e restituir qualquer relacionamento. O Presidente Boyd K. Packer ensinou: "A Expiação não deixa rastro algum nem vestígio. Aquilo que ela corrige é corrigido. (…) Ela simplesmente cura, e aquilo que foi curado permanece curado (...) A Expiação, que pode resgatar cada um de nós, não deixa cicatriz. Isso significa que não importa o que fizemos, onde estivemos, ou como algo aconteceu, se nos arrependermos sinceramente, [o Salvador] nos prometeu que o preço seria pago. E quando Ele expiou, isso foi resolvido. (…) A Expiação (…) pode purificar todas as manchas, não importa quão difícil seja ou quanto tempo leve ou quantas vezes for necessário".(Dale G. Renlund, CG Out 2016, Arrependimento: Uma Escolha Feliz).
    Ao encerrar, presto meu testemunho da veracidade dessas coisas. O poder do Salvador pode curar qualquer dano físico ou espiritual, pode reparar qualquer erro, consolar qualquer coração aflito e prover paz duradoura nesse mundo e no mundo vindouro. É por causa do infante de Belém que podemos voltar em segurança ao nosso eterno lar. Que possamos, assim como Leí, dizer: "eis que o Senhor redimiu a minha alma do inferno; eu contemplei a sua glória e estarei eternamente envolvido pelos braços de seu amor" (2 Néfi 1:15)
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"Não há pecado ou transgressão, dor ou pesar, que esteja fora do alcance do poder de cura de Sua Expiação."
(C.Scott Grow)

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